
A faixa etária dos estudantes que ingressam em Pedagogia também vem sofrendo mudança, conforme ressalta Sandra. “De uns cinco a seis anos para cá, observamos o ingresso de mais jovens recém-saídos do Ensino Médio na graduação, o que mostra uma escolha pela carreira e não apenas pela titulação, como acontecia há cerca de dez, 12 anos.”
Embora o MEC aponte aumento de 50% no número de matrículas nos cursos de licenciatura nos últimos dez anos no País, com crescimento médio de 4,5% ao ano, a falta de educadores no futuro é uma preocupação. Isso porque a estimativa é que sejam necessários 2 milhões de novos professores até 2024 para atender as metas do PNE (Plano Nacional da Educação).
Em dez anos – entre 2003 e 2013 –, o número de matrículas na disciplina de Português no Ensino Superior avançou 1.000%. No entanto, entre 2010 e 2013 houve queda de 13%. O cenário é o mesmo para Matemática, tendo em vista que em 2010 eram 82.792 estudantes na área, número que caiu para 80.891 – 2,3% menos.
Anualmente, cerca de 200 mil discentes concluem carreiras como Letras, Pedagogia, Matemática, Educação Física, Química e Física, número que tem se mostrado insuficiente para a demanda atual. Segundo o Censo Escolar de 2013, 67,2% dos professores do segundo ciclo do Ensino Fundamental (6º ao 9º ano) não têm licenciatura na disciplina que ensinam. Já no Ensino Médio, a parcela de docentes sem a formação adequada é de 51,7%.
Para o pró-reitor de graduação da USCS (Universidade Municipal de São Caetano), Marcos Antonio Biffi, o principal desestímulo à carreira docente hoje em dia está relacionado à remuneração. “Estamos falando de jovens das gerações X, Y e Z, que pensam em dinheiro como forma de sucesso profissional”, comenta.
Na visão de Sandra, existe desvalorização geral das carreiras da licenciatura. “Essa ideia de que professor ganha mal precisa ser desmistificada. É necessário valorização no geral, não só de salário”, aponta.
Fonte: Natália Fernandjes do Diário do Grande ABC
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